sábado, 15 de setembro de 2012

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Ocorreu nos dias 12 e 13 de setembro o

ENCONTRO GAÚCHO RECEITUÁRIO AGRONÔMICO

E ALIMENTO SEGURO

Com grande utilização nos últimos anos, os agrotóxicos estão presentes na maioria dos alimentos que consumimos. Os efeitos na saúde humana são cientificamente comprovados e por esse motivo há constantes testes de reavaliação para constatar sua ação sobre nosso organismo, principalmente os efeitos crônicos, aqueles que podem levar anos para serem notados. Há dificuldade para se definir os níveis seguros de ingestão desses agroquímicos.

Com vendas recordes a cada ano, os agrotóxicos tornaram-se aliados dos produtores quanto ao combate a pragas e doenças, tornando a agricultura mais produtiva, porém, não bastam apenas quantidades de alimento, mas também a qualidade desse alimento, no sentido de segurança alimentar. Mas o que é um alimento seguro? Segundo o prof. Renar João Bender da UFRGS, um dos palestrantes do evento, alimento seguro é aquele livre de contaminantes físicos, químicos e biológicos, ele acrescentou também que a segurança alimentar deve ser garantida em todos os elos da cadeia produtiva: produção, distribuição, processamento, comercialização e consumo.

O tema Receituário Agronômico, como já era esperado, foi o que mais gerou discussão já que a venda de agrotóxicos passa pelas mãos dos responsáveis técnicos: engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas. Tivemos o privilégio da participação do Prof. Eng. Agrônomo Milton Guerra que pediu reflexão dos profissionais para o resgate dos princípios do receituário agronômico. Nesse mesmo momento foi ressaltada a necessidade de os profissionais terem o devido conhecimento técnico para fazer recomendações do uso de agrotóxicos. Um dos momentos mais marcantes foi a explanação do também professor e eng. Agrônomo Aldo Merotto Jr, elucidando os devidos conhecimentos que os profissionais devem ter para receitar agrotóxicos, qual o mecanismo de ação do ingrediente ativo destes e quais as reações das plantas, segundo ele o técnico deve ser responsável pela lavoura como um todo, e que há alternativas para a redução do uso de agrotóxicos, deixando claro a necessidade da formação superior para esses profissionais.

Quanto aos programas de monitoramento dos resíduos nos alimentos existe o PARA – Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos, em ação em alguns estados. Esse programa visa garantir o alimento seguro e, de certa forma conter o uso indiscriminado dos agrotóxicos.

Nos anos atuais, e inevitavelmente nos próximos, serão necessárias medidas que otimizem o uso da terra, da água e da energia. O uso de moléculas químicas para evitar perdas na agricultura é valido, porém, é nítido que o uso exacerbado desse recurso trará danos irreparáveis a vida humana, certamente o caminho a trilhar passa pela redução gradual do uso desses produtos, caminho este que passa pela responsabilidade dos Engenheiros Agrônomos.
Parabéns ao colega da AEANE Mauro Cirne pela coordenação do evento.

Fernanda Bitencourt

 

Colegas da AEANE

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