Ocorreu nos dias 12 e 13
de setembro o
ENCONTRO GAÚCHO RECEITUÁRIO
AGRONÔMICO
E ALIMENTO SEGURO
Com grande utilização nos últimos anos, os agrotóxicos
estão presentes na maioria dos alimentos que consumimos. Os efeitos na saúde
humana são cientificamente comprovados e por esse motivo há constantes testes
de reavaliação para constatar sua ação sobre nosso organismo, principalmente os
efeitos crônicos, aqueles que podem levar anos para serem notados. Há
dificuldade para se definir os níveis seguros de ingestão desses agroquímicos.
Com vendas recordes a cada ano, os agrotóxicos
tornaram-se aliados dos produtores quanto ao combate a pragas e doenças,
tornando a agricultura mais produtiva, porém, não bastam apenas quantidades de
alimento, mas também a qualidade desse alimento, no sentido de segurança
alimentar. Mas o que é um alimento seguro? Segundo o prof. Renar João Bender da
UFRGS, um dos palestrantes do evento, alimento seguro é aquele livre de
contaminantes físicos, químicos e biológicos, ele acrescentou também que a
segurança alimentar deve ser garantida em todos os elos da cadeia produtiva:
produção, distribuição, processamento, comercialização e consumo.
O tema Receituário Agronômico, como já era esperado, foi
o que mais gerou discussão já que a venda de agrotóxicos passa pelas mãos dos
responsáveis técnicos: engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas. Tivemos o
privilégio da participação do Prof. Eng. Agrônomo Milton Guerra que pediu
reflexão dos profissionais para o resgate dos princípios do receituário
agronômico. Nesse mesmo momento foi ressaltada a necessidade de os
profissionais terem o devido conhecimento técnico para fazer recomendações do
uso de agrotóxicos. Um dos momentos mais marcantes foi a explanação do também
professor e eng. Agrônomo Aldo Merotto Jr, elucidando os devidos conhecimentos
que os profissionais devem ter para receitar agrotóxicos, qual o mecanismo de
ação do ingrediente ativo destes e quais as reações das plantas, segundo ele o técnico
deve ser responsável pela lavoura como um todo, e que há alternativas para a
redução do uso de agrotóxicos, deixando claro a necessidade da formação
superior para esses profissionais.
Quanto aos programas de monitoramento dos resíduos nos
alimentos existe o PARA – Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos, em
ação em alguns estados. Esse programa visa garantir o alimento seguro e, de
certa forma conter o uso indiscriminado dos agrotóxicos.
Nos anos atuais, e inevitavelmente nos próximos, serão
necessárias medidas que otimizem o uso da terra, da água e da energia. O uso de
moléculas químicas para evitar perdas na agricultura é valido, porém, é nítido
que o uso exacerbado desse recurso trará danos irreparáveis a vida humana,
certamente o caminho a trilhar passa pela redução gradual do uso desses
produtos, caminho este que passa pela responsabilidade dos Engenheiros Agrônomos.
Parabéns ao colega da AEANE Mauro Cirne pela coordenação do evento.
Fernanda Bitencourt
Colegas da AEANE
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